Escolher nunca é fácil (ou como fazer "ser possível")
Semana passada tive uma notícia maravilhosa: minha prima (que nasceu num 26/06 como eu, mas 15 anos depois de mim), passou no Enem pra Medicina na federal.
Com toda aquela alegria e empolgação, foi impossível não me transportar pra 2005, o ano que passei na federal do RN pra Letras. A minha emoção em ver meu nome na televisão (era assim na idade das cavernas), correr pra minha escola e vibrar de felicidade. Ver toda a grade curricular do meu curso e sonhar com aulas de latim e literatura...

Escolher nunca é fácil, e depois de um ano e meio de curso, vi que amava ensinar, compartilhar conhecimento, dar aulas com exemplos vivos, correr dentro da sala pra explicar pros alunos as aplicações dos verbos... Poderia passar dias descrevendo o prazer que eu sentia em poder estar com meus alunos, compartilhando o que eu sabia, mas não é esse o tema do texto.
Escolhi estudar outra vez, outro vestibular, dessa vez pra Arquitetura, amor verdadeiro e eterno, daqueles sonhos bem sonhados. Veio a vida e não deixou que isso se concretizasse.
Segui como professora durante 6 anos.
Consegui entrar no curso de Arquitetura, mas uma vez a vida, ah a vida, com seus caminhos inimagináveis, somente me permitiu viver 1 ano e meio desse sonho.
Empreendi, empreendemos. Aprendi ainda mais a admirar as pessoas, a lidar com elas, com suas insastisfações, angústias, tristezas e alegrias.
E essa vida, me colocou no caminho do Design, uma área afim da Arquitetura, irmã, amiga, sangue do sangue, pena que pouco valorizada no Brasil.
E eu escolhi. Ou eu ouvi o chamado? Hoje não tenho nenhuma dúvida do amor que tenho pela profissão. Sou grata as Letras, a empresa que tivemos, a Arquitetura (que me deu tanto em tão pouco tempo) e ao Design.
Escolher nunca é fácil, mas quando a gente se entrega ao nosso processo de construção, uma hora flui, um momento o encaixe fica perfeito e a gente vê que o melhor da viagem, é o percurso.
Se você conseguiu chegar neste último parágrafo, obrigada. Eu sabia que viria.
A porta está aberta, vamos entrar?
Vanessa.